data-filename="retriever" style="width: 100%;">Dia 26, a Alemanha (República Federal da Alemanha, Bundesrepublik Deutschland) realizou eleições nacionais para a renovação da Câmara dos Deputados (Bundstag) e formação de novo governo já que a longeva primeira-ministra Angela Merkel anunciou não mais continuar.
Federação formada por 16 Estados membros, a Alemanha reunificou-se em 1990, encerrando período de duas repúblicas, uma aliada aos Estados Unidos e outra sob influência da antiga União Soviética. Desde a fundação da Comunidade Europeia exerce papel de liderança no bloco. Com em torno de 83 milhões de habitantes é uma das cinco maiores potências e economias do mundo. Após a trágica experiência do nazismo consolidou fortes estruturas democráticas e instituições políticas. Tem grande tradição cultural e muita presença nas artes, ciências e tecnologias.
No Rio Grande do Sul a presença dos imigrantes alemães tem sido uma das molas propulsoras do desenvolvimento e a herança germânica está presente em costumes e tradições desde o século 19.
Entre as instituições que chamam a atenção na Alemanha pós-guerra, estão os seus partidos políticos. Os dois que se alternaram no poder formaram estruturas de relevo. Criaram fundações e aperfeiçoaram a vida interna partidária, a formação de quadros políticos e a produção intelectual. Ligada ao Partido Social-Democrata Alemão (Sozialdemokratische Partei Deutschlands, SPD) existe uma Fundação (Friedrich-Ebert-Stiffung) com vários órgãos de estudos, dentre os quais o Instituto Latino-Americano de Desenvolvimento Econômico e Social (Ildes) com representação no Brasil. Já a União Democrata Cristã (Christlich-Demokratische Union Deutschlands - CDU) tem também a fundação (Konrad Adenauer Stiffung), que mantém bem estruturado centro de estudos em São Paulo.
Os dois principais partidos alemães possuem estruturas de pesquisas, estudos e atividades políticas e ideológicas no país e no mundo. Os Verdes são, hoje, a terceira força significativa no quadro partidário alemão. O atual partido é fruto da fusão dos Verdes da Alemanha Ocidental com a Aliança 90, movimento oriundo na Alemanha Oriental. Algumas pesquisas chegaram a indicar que poderiam ganhar o pleito, mas polêmicas os abalaram, inclusive acusação de plágios e imprecisões no currículo de sua líder. Por lá isso é grave!
Enfim, as eleições alemãs indicaram um parlamento equilibrado no número de deputados: SPD 206; CDU/CSU 196; Verdes 118; Partido Liberal 92; AFD, extrema direita 83; Esquerda 39; outros 1.
A coalisão será necessária para governar. Angela Merkel conseguiu reunir no governo os dois rivais históricos (SPD e CDU/CSU). Improvável ela continuar. Apesar das estreitas margens, o pleito atual parece indicar vontade de alguma mudança. A intensidade desta vai depender, é claro, das composições partidárias nas próximas semanas. Os alemães são ciosos da estabilidade institucional depois de desventuras na primeira metade do século 20.